Coração de mulher: por que os sintomas do infarto feminino são diferentes?

Quando o assunto é saúde cardiovascular, entender as particularidades do corpo da mulher faz toda a diferença na prevenção e no diagnóstico precoce. Enquanto o infarto masculino costuma ser lembrado pela dor intensa no peito irradiando para o braço esquerdo, nas mulheres os sinais podem ser mais sutis e, muitas vezes, confundidos com “mal-estar passageiro”. Para reduzir riscos e salvar vidas, é essencial reconhecer esses sintomas, conhecer os fatores de risco mais comuns no público feminino e manter o acompanhamento cardiológico em dia. Neste guia, o Dr. Antônio Queiroz explica por que o infarto se apresenta de modo distinto nas mulheres e como agir diante dos primeiros sinais.

Por que o infarto pode se manifestar de forma diferente na mulher?

Vários fatores contribuem para diferenças de apresentação entre homens e mulheres. No público feminino, há influência hormonal ao longo da vida, especialmente a proteção parcial dos estrogênios antes da menopausa e a perda desse efeito protetor após ela. Além disso, a mulher pode apresentar mais frequentemente microvasculopatia (alterações nos pequenos vasos do coração) e disfunção endotelial, condições que nem sempre geram a “dor típica” no peito. Por isso, os sintomas podem ser atípicos e levar à subvalorização do risco, atrasando a busca por atendimento.

Sintomas de infarto mais comuns na mulher (e que muitas vezes passam despercebidos)

  • Fadiga intensa e súbita sem causa aparente, que piora ao realizar esforços leves;
  • Falta de ar (dispneia), mesmo em repouso ou durante atividades rotineiras;
  • Desconforto no peito que pode ser pressão, peso, queimação ou aperto — nem sempre uma dor “forte”;
  • Dor atípica em costas, mandíbula, pescoço, ombros ou braço direito/esquerdo;
  • Náuseas, vômitos, indigestão e sensação de azia que não melhoram;
  • Suor frio, tontura e sensação de desmaio iminente;
  • Ansiedade súbita ou sensação de “pressentimento ruim”.

Importante: sintomas que surgem de forma progressiva, pioram com o esforço e não melhoram em alguns minutos merecem avaliação imediata. A mulher tende a adiar o cuidado por cuidar de outras pessoas antes de si; reconhecer esse padrão é um passo fundamental para quebrá-lo.

Principais fatores de risco cardiovasculares na mulher

Os fatores clássicos também valem para o público feminino, mas alguns momentos da vida da mulher exigem atenção especial:

  • Hipertensão, diabetes e colesterol elevado — aumentam significativamente o risco;
  • Tabagismo e sedentarismo — somam risco adicional e favorecem inflamação vascular;
  • Sobrepeso/obesidade — associados a resistência à insulina e dislipidemia;
  • Menopausa — após essa fase, o risco cardiovascular cresce de forma acelerada;
  • Histórico obstétrico — pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional e diabetes gestacional elevam o risco futuro;
  • Condições inflamatórias/autoimunes (ex.: lúpus, artrite reumatoide) — mais frequentes em mulheres;
  • Estresse crônico e saúde mental — impacto relevante no comportamento e no sistema cardiovascular.

Prevenção: hábitos que protegem o coração da mulher

Prevenir é sempre o melhor caminho. A boa notícia é que pequenas mudanças consistentes geram grande benefício para a mulher ao longo do tempo:

  • Alimentação balanceada: priorize frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras; reduza ultraprocessados, gorduras trans e excesso de sal;
  • Rotina de exercícios: ao menos 150 minutos/semana de atividade aeróbica moderada, somando exercícios de força 2 a 3 vezes/semana;
  • Controle do estresse: técnicas de respiração, meditação, sono adequado e limites claros no cotidiano;
  • Abandono do cigarro e moderação no álcool;
  • Checagens periódicas: pressão arterial, perfil lipídico, glicemia e avaliação clínica;
  • Atenção ao ciclo de vida: intensificar a prevenção na menopausa e após gestações complicadas.

Quando procurar o cardiologista?

Qualquer mulher com sintomas descritos acima, especialmente se forem novos, intensos ou persistentes, deve buscar atendimento com urgência. Mesmo sem sintomas, recomenda-se avaliação preventiva de acordo com idade, histórico familiar e fatores de risco. O acompanhamento regular com o Dr. Antônio Queiroz permite personalizar estratégias, ajustar metas e antecipar intervenções quando necessário.

Exames que podem ser indicados na avaliação feminina

  • Exames laboratoriais: perfil lipídico, glicemia, função renal e marcadores inflamatórios;
  • Eletrocardiograma e ecocardiograma para avaliar ritmo, estrutura e função cardíaca;
  • Teste ergométrico ou teste cardiopulmonar para analisar resposta ao esforço;
  • Holter e MAPA quando há suspeita de arritmias ou variações pressóricas;
  • Estratificação de risco com métodos de imagem quando indicado, conforme perfil da paciente.

Como agir diante de uma suspeita de infarto

Diante de sintomas compatíveis, não espere para ver “se melhora”. Ligue para emergência, evite dirigir e aguarde socorro. Quanto mais cedo o atendimento, maior a chance de reduzir a área de dano cardíaco. Após o episódio, a mulher deve manter reabilitação, aderir às medicações e seguir o plano de mudanças no estilo de vida para prevenir novos eventos.

Conclusão

O coração da mulher fala — às vezes em sussurros. Reconhecer sinais menos óbvios, conhecer os fatores de risco e manter consultas regulares é a melhor estratégia para proteção ao longo da vida. Se você apresenta sintomas, possui histórico familiar, está na menopausa ou teve complicações na gestação, procure uma avaliação personalizada. O Dr. Antônio Queiroz oferece acompanhamento especializado com foco em prevenção, diagnóstico preciso e cuidado integral.

Quer dar o próximo passo para cuidar da sua saúde cardiovascular? visite meu consultório e receba orientações individualizadas para cada fase da vida da mulher.

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