Insuficiência Venosa Crônica (IVC): Do Diagnóstico ao Tratamento Avançado de Varizes
As varizes são frequentemente vistas como um problema puramente estético. No entanto, elas são a manifestação visível da **Insuficiência Venosa Crônica (IVC)**, uma condição progressiva de saúde que afeta a qualidade de vida e, em seus estágios mais avançados, pode levar a complicações graves, como as úlceras venosas. A IVC ocorre quando as válvulas dentro das veias, que deveriam garantir o fluxo sanguíneo em direção ao coração, falham, permitindo que o sangue reflua e se acumule nas pernas. O cirurgião vascular é o especialista que trata a causa da doença, não apenas suas consequências estéticas. Desvendaremos a progressão da IVC, o diagnóstico e as terapias minimamente invasivas atuais.
O Mecanismo da Doença: O Refluxo Venoso
O sistema venoso das pernas trabalha contra a gravidade. Para auxiliar o retorno do sangue, as veias possuem pequenas válvulas que se fecham após a passagem do sangue, impedindo o refluxo. Na Insuficiência Venosa Crônica, essas válvulas ficam danificadas, geralmente devido a fatores genéticos, gravidez, longos períodos em pé ou, em alguns casos, após uma TVP (Trombose Venosa Profunda). O resultado é o aumento da pressão dentro das veias (hipertensão venosa), que se manifesta primeiramente pelas varizes.
Progressão da IVC: A Classificação CEAP
A IVC é classificada de acordo com a classificação CEAP, que varia do estágio 0 ao 6. Entender essa progressão mostra por que a doença precisa de tratamento contínuo:
- **C1 (Teleangiectasias e Veias Reticulares):** Os “vasinhos” e veias de calibre menor. Fase predominantemente estética.
- **C2 (Varizes):** Veias tortuosas e dilatadas, com calibre maior que 3 mm.
- **C3 (Edema):** Inchaço persistente da perna, que melhora com a elevação.
- **C4 (Alterações na Pele):** Mudanças na cor da pele (hiperpigmentação), devido ao extravasamento de hemossiderina (ferro do sangue), e eczema.
- **C5 (Úlcera Cicatrizada):** Úlcera que fechou, mas a pele permanece frágil.
- **C6 (Úlcera Venosa Ativa):** A forma mais grave, com feridas abertas e de difícil cicatrização, que exigem manejo complexo.
O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, idealmente nos estágios C2 ou C3, para evitar a progressão para a úlcera venosa (C6), que impacta dramaticamente a qualidade de vida.
Diagnóstico Padrão Ouro: O Ultrassom com Doppler Venoso
O exame mais importante para o diagnóstico da IVC e para o planejamento do tratamento é o **Ultrassom com Doppler Venoso**. Este exame funcional e anatômico permite ao cirurgião vascular:
Mapeamento e Confirmação do Refluxo
O Doppler identifica a veia doente (geralmente a veia safena ou suas tributárias) e mede a duração e a intensidade do refluxo (o sangue voltando no sentido contrário). Sem o Doppler, o tratamento é cego e focado apenas nas veias superficiais, não corrigindo a fonte do problema. O exame é crucial para diferenciar a IVC de outras causas de inchaço (como o Linfedema ou insuficiência cardíaca) e para guiar a agulha com precisão em procedimentos minimamente invasivos.
Tratamentos Modernos: Menos Invasivos, Mais Eficazes
Os dias da cirurgia radical de safena com longos períodos de recuperação estão ficando para trás. As técnicas modernas de ablação endovenosa oferecem resultados superiores com recuperação quase imediata, tratando a veia doente por dentro.
Ablação por Laser e Radiofrequência
Ambas são técnicas endovenosas que utilizam o calor para “queimar” e selar a veia safena doente, eliminando o refluxo. A cirurgia é realizada através de uma pequena punção na veia (sem cortes grandes), sob anestesia local e sedação. A **Radiofrequência** utiliza calor por ondas de rádio, e o **Laser** utiliza energia luminosa. Os resultados são excelentes, com alta taxa de sucesso no fechamento da veia e retorno rápido do paciente às suas atividades normais. Essa ablação é o pilar do tratamento moderno da veia safena insuficiente.
Escleroterapia com Espuma Densa
A **Escleroterapia com Espuma Densa** é uma técnica revolucionária que utiliza uma espuma feita de um agente esclerosante misturado com ar. Essa espuma é injetada na veia varicosa ou nas veias safenas de médio calibre, deslocando o sangue e permitindo que o medicamento aja de forma mais eficaz na parede do vaso, selando-o. O procedimento é guiado por ultrassom, o que garante a precisão e a segurança, e é amplamente utilizado para varizes calibrosas e úlceras venosas, pois pode ser realizado em ambiente de consultório com anestesia local. A Espuma Densa é uma excelente alternativa ao Laser em muitos casos, especialmente no tratamento de recidivas.
Flebectomia Ambulatorial
A flebectomia é o procedimento minimamente invasivo utilizado para a remoção das varizes colaterais (aquelas que se originam da safena ou outras veias nutridoras) através de microincisões. É um complemento importante após a ablação da veia principal, garantindo um resultado estético superior e a remoção dos pontos de dor localizados.
A Insuficiência Venosa Crônica é uma doença crônica, mas seus sintomas e complicações podem ser controlados e revertidos com o tratamento correto. Não espere a progressão para a úlcera venosa. Se você apresenta varizes, dor nas pernas ou inchaço persistente, procure o Dr. Antonio Queiroz. O tratamento moderno e minimamente invasivo pode restaurar a saúde de suas pernas e sua qualidade de vida.
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